terça-feira, 21 de julho de 2009

Dica para momentos do tipo: Já que eu não tô fazendo nada,...


Primeiro, porque adorei o nome do cara: Tapioca. Segundo, porque odeio ficar por aí lendo mil blogs, então se indico esse é por que é legal. Terceiro, porque ele vem do nordeste e fala sobre isso de uma forma muito leve e bem humorada, assim como nós do Pau de Arara.
Para os que quiserem averiguar, o link é: http://farinhademandioca.wordpress.com/

Segue um dos posts: (acho que a Dy é que não vai gostar muito do final. hahahaha.) :)

SOCORRO. ESTOU VIRANDO PAULISTANO.


Já me acostumei à poluição e o ar puro me deixa anestesiado. Não olho mais no olho, não toco nas pessoas quando falo e adquiri certa resistência aos cariocas.


A mutação começou quando raspei a cabeça e coloquei um piercing na orelha. Inclui no meu vocabulário as expressões ‘Nooossa!’, ‘trampo’, ‘trocar idéia’, mas não falo ‘mano’.


Não como pizza com ketchup. Vou a lugares esdrúxulos como ‘Inferno’, ‘Carniceria’, ‘Drosóphila’, ‘Sarajevo’. Freqüento exposições, shows, festinhas, jantares, fondues, lareiras e afins.


Perdi minha mísera marca de sunga. Não lembro a última vez que fui à praia. Adoro o outono e desconhecia a modalidade ‘sol com frio’. Também aprendi a nunca mais tomar uma chuva de granizo.


Faço de tudo para não ficar na cidade no feriado. Já fiz uma viagem de oito horas que, sem trânsito, não levaria mais de três.


Descobri, em recente pesquisa, que cada habitante da Capital paulista está, no máximo, a 300 metros de distância de uma parede, um muro. Não é à toa que sou fã dos Gêmeos e dos projetos de Niemeyer no Parque do Ibirapuera.


Virei um workaholic. Passo mais de cinqüenta horas por semana dentro de um escritório branco, com persianas brancas, num ambiente climatizado, em frente a um computador, feito um rato de laboratório.


Uso roupas Cavalera, tênis Puma, escuto iPod, passeio pela Oscar Freire, admiro um punk, tive um retrovisor estourado por um motoboy. Já fui ao Ó do Borogodó ver um japonês (isso mesmo. Um japonês) tocar cavaquinho, numa banda de chorinho.


Fiz compras no Stand Center, na Santa Efigênia, mas nunca na Daslu. Me acostumei com crianças malabaristas, mágicas e que cospem fogo no sinal, sendo rejeitadas pelos donos de uma Ferrari.


E acabo de me dar conta que quando eu tiver um filho ele será paulistano. Vai falar ‘Quer que eu faço?’, ’sussa’, ‘colocar a mesa de assim’, ‘parada nervosa’ e muito, muito ’tipo assim’. Vai puxar o erre. Não usará plural. E o pior: será torcedor do Corinthians.


Um comentário:

  1. Muito bom o texto.. só trocaria o final.. pois ninguém merece ser São paulino.

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